Calendário e Manejo de Pastagens

Recomendações para os períodos do ano

Calendário de Manejo de Pastagens

O manejo correto de pastagens é fundamental para a produtividade e rentabilidade da pecuária. Um calendário de manejo de pastagens pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar os produtores a programar as atividades necessárias para manter as pastagens em boas condições ao longo do ano.

O calendário deve levar em consideração fatores como o clima da região, a espécie de gramínea utilizada, o tipo de solo e a disponibilidade de recursos como água e nutrientes. Com base nessas informações, é possível estabelecer as melhores épocas para realizar atividades como adubação, irrigação, controle de pragas e doenças, além do período ideal para o pastejo.

O objetivo do calendário é permitir que o produtor possa se programar para realizar as atividades de manejo no momento mais adequado, de forma a garantir o máximo aproveitamento das pastagens e, consequentemente, melhorar a produtividade do rebanho. Além disso, um manejo adequado das pastagens pode contribuir para a conservação do solo e dos recursos naturais, promovendo a sustentabilidade da atividade agropecuária.

Manejo de Pastagens: Estações do Ano

Aqui está um exemplo de calendário de manejo de pastagens, dividido por estações do ano:

PRIMAVERA

VERÃO

OUTONO

INVERNO

Manejo de Pastagens: Período da Seca, Águas e Transições

Aqui está um exemplo de calendário de manejo de pastagens, dividido por período das águas e período seco:

PERÍODO DA SECA

O período de seca é caracterizado pela baixa disponibilidade de água no solo e pela diminuição da produção de massa em todas as espécies forrageiras. Para manejar a pastagem nessa época, é recomendado:

MANEJO DA PASTAGEM

  • Monitoramento regular da condição produtiva de cada pastagem
  • Avaliação da população de plantas, densidade de perfilhos vivos e disponibilidade de forragem em cada piquete para determinar as sequências de pastejo
  • Definição da estratégia de uso das pastagens segundo o crescimento das pastagens
  • Adequação da taxa de lotação e categoria animal à disponibilidade e qualidade de forragem
  • Diminuição da intensidade de pastejo em pastejo rotacionado para deixar resíduo mais alto e manter alta população de perfilhos vivos
  • Planejamento da utilização da forragem diferida com categorias animais de baixos requerimentos de forragem de alta qualidade
  • Evitar o super pastejo para assegurar capacidade de resposta na estação das chuvas e garantir persistência produtiva das pastagens
  • Reserva de pastagens em boa condição produtiva e alta qualidade de forragem para categorias animais críticas, como bezerros de desmame, novilhas de primeira parição e recuperação da condição corporal de matrizes

SUPLEMENTAÇÃO

  • Recomendação de suplementação durante época de perda de qualidade das forragens
  • Foco na suplementação proteica
  • Consideração da situação das opções forrageiras disponíveis
  • Consideração dos objetivos de produção de cada categoria animal

ADUBAÇÃO

  • Coletar amostras representativas do solo.
  • Realizar análise do solo para orientar as recomendações de adubação de manutenção na época das águas.
  • Definir a estratégia de nutrição das pastagens para a época das águas.
  • Planejar as práticas de adubação e correção do solo.
  • Reposição de nutrientes no solo.
  • Aumento da produção de forragem de alta qualidade.

CONTROLE DE FORMIGAS E INSETOS

  • Monitorar a atividade de insetos do solo, como formigas cortadeiras, grilos, besouros, gafanhotos e cupins;
  • Focar especialmente em pastagens novas ou áreas de formação/reforma com histórico de ataque de pragas;
  • Realizar o controle dessas pragas no período seco, antes das primeiras chuvas.

SECA-ÁGUAS - TRANSIÇÃO

Com a transição da estação seca para a estação chuvosa, ocorre um aumento gradual das chuvas, porém o padrão ainda é irregular, e as temperaturas ainda estão elevadas.

MANEJO DA PASTAGEM

  • Época mais crítica para o manejo das pastagens
  • Planejar a estratégia de manejo e manutenção de cada pastagem
  • Projetar o uso de cada pastagem segundo os requerimentos de cada categoria animal e alvos de produção animal para a época das águas
  • Evitar pastejo excessivo realizado após o início das chuvas para não comprometer o potencial produtivo futuro das pastagens
  • Respeitar a altura do resíduo na saída dos animais (pastejo rotacionado ou intermitente) indicado para cada cultivar, evitando o esgotamento da pastagem
  • Monitorar a disponibilidade de cada pasto, definindo as alturas alvos de manejo de acordo com o sistema de pastejo e a cultivar utilizada.

ROÇADA

  • O pasto no início das chuvas deve apresentar resíduo baixo, sem restos secos ou excesso de macega;
  • Realizar uma roçada na altura recomendada para uniformizar o pasto, retirar resíduos secos e eliminar perfilhos mortos;
  • Monitorar regularmente invasoras e pragas;
  • Controlar invasoras e pragas após as primeiras chuvas, quando as plantas estiverem em pleno desenvolvimento;
  • O controle deve ser realizado de acordo com as recomendações para cada espécie presente na área.

ADUBAÇÃO

  • Adubação durante época de chuvas irregulares
  • Recomendação de sulfato de amônio ou nitrato de amônio em vez de ureia para reduzir perdas por volatilização
  • Adiantar adubação nitrogenada em pastagens em boa condição produtiva favorece o primeiro pastejo e aumenta produtividade inicial das pastagens
  • Planejamento da adubação deve levar em conta os prognósticos climáticos.

PERÍODO DAS ÁGUAS

Durante o período das águas, ocorre uma estabilização do volume de chuvas, temperaturas elevadas e maior período de luz solar. Esse é um momento em que ocorre o maior crescimento das plantas forrageiras, tanto de espécies nativas quanto de cultivares.

MANEJO DA PASTAGEM

  • Avaliar frequentemente os pastos para determinar as melhores sequências de pastejo ou ajustar taxas de lotação.
  • Manter os pastos dentro das alturas de manejo recomendadas, de acordo com o sistema adotado, as cultivares presentes, as condições de fertilidade do solo e o nível de intensificação da propriedade.
  • O objetivo é maximizar a utilização da forragem produzida e manter a produtividade animal e a qualidade das pastagens.
  • As taxas de lotação devem ser adequadas à produção de cada forrageira.

INVASORAS

  • Poucas plantas invasoras devem estar presentes no pasto nesta época.
  • Caso haja presença de plantas invasoras, mesmo que em pouca quantidade, é recomendado realizar o controle.
  • O objetivo é evitar altas infestações e prejuízos na produção e uniformidade do pasto.
  • O uso de herbicidas pode ser feito em área total ou de forma localizada, dependendo da porcentagem de infestação.
  • Se as plantas invasoras apresentarem porte muito elevado ou estiverem no período de florescimento, recomenda-se fazer uma roçada antes da aplicação do herbicida.
  • Esperar que os rebrotes formem uma boa área foliar (30 a 60 dias após a roçada) é recomendado antes da aplicação do herbicida.
  • Quando as plantas forem resistentes às aplicações foliares, a aplicação pode ser feita no toco ou via solo.

PRAGAS

  • Realizar inspeções regulares nas pastagens para identificar possíveis ataques de pragas.
  • As pragas mais comuns nesta época são percevejos, lagartas desfolhadoras, besouros e o complexo das cigarrinhas.
  • Consultar um técnico especializado para avaliar a ocorrência e a gravidade do ataque, bem como a densidade populacional crítica.
  • Decidir as melhores alternativas de manejo integrado ou controle químico em conjunto com o técnico.

CIGARRINHA

  • O monitoramento das cigarrinhas deve ser constante, começando em setembro.
  • A contagem deve ser feita nas espumas e adultos presentes na área.
  • O controle das cigarrinhas deve ser feito antes que os primeiros danos apareçam.
  • O monitoramento deve ser aleatório em cinco pontos de 1,0 m² por hectare.
  • Se a população de cigarrinhas atingir níveis de dano, o controle deve ser iniciado.
  • A recomendação de produto, momento e forma de aplicação e acompanhamento da aplicação devem ser feitas por profissional habilitado.

ADUBAÇÃO

  • Recomenda-se realizar a adubação anualmente, baseando-se nos resultados da análise de solo.
  • É preciso fazer a reposição de nutrientes como P2O5, K2O, micronutrientes, calagem e gessagem (enxofre) recomendados por um profissional especializado em pastagens.
  • O uso de nitrogênio aumenta a produção de forragem e teores mais altos de proteína na forragem.
  • É recomendado aplicar pelo menos 50 kg N/ha/ano para prolongar a vida útil do pasto.
  • A adubação deve ser escalonada nas áreas para evitar a produção acima da capacidade de consumo e a perda de forragem e de N em solos arenosos.
  • É recomendado aplicar a adubação após o pastejo, com uma rebrota de pelo menos 10 cm e boa disponibilidade de água.

ÁGUAS-SECA - TRANSIÇÃO

Durante a transição das águas para a seca, as chuvas diminuem gradualmente em algumas regiões, juntamente com a temperatura. Além disso, há uma redução no fotoperíodo e na intensidade da luz.

MANEJO DA PASTAGEM

  • Ajustar taxa de lotação da propriedade e projetar os requerimentos de forragem de acordo com o sistema de produção.
  • Fazer balanços forrageiros e nutricionais com a ajuda de profissionais especializados.
  • Vedar pastos e diferir forragem que será utilizada na seca.
  • Reservar pastagens em boa condição produtiva com cultivares adaptadas ao diferimento, como Marandu, Decumbens e Ruziziensis.
  • Realizar pastejo com desfolha menos intensa durante um período maior.
  • Considerar um período de descanso das pastagens mais prolongado ou uma redução na taxa de lotação, manejando alturas de pastejo mais altas, para permitir a recuperação das pastagens, promover o desenvolvimento radicular e acumular reservas para a época seca.

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